Sobre aquilo que não tem nome

Falei que o coração tá tranquilo, né?

Pois bem.

A gente termina um relacionamento de nove anos e acha que nunca mais vai gostar de ninguém de novo, que nunca mais vai ter piadas internas e ódios em comum (porque pra mim é assim que relacionamentos são construídos, ~risos~), que acabou, já deu, ómi é tudo trouxa etc e tal. Principalmente se a gente se dá conta de que um relacionamento que a gente achava que era perfeito era na verdade grandes bosta.

A gente baixa 475 aplicativos de date, sai com três caras numa semana, chuta um bando de boy lixo, bloqueia um ou outro doido, se apaixona e desapaixona em dois dias. E um dia sai com um moço e passa dez horas seguidas conversando com ele. Isso foi há quatro meses, no dia 15 de Junho.

Ele também tinha terminado um relacionamento longo. Um pouco tímido, embora viva de falar em público. Nos beijamos no segundo encontro. Ele dormiu na minha casa lá pelo décimo. Bom fazer as coisas assim devagar, as vezes.

Passamos o domingo em casa maratonando The Good Place e eu ainda não perguntei pra ele se seria ok eu assistir ao próximo episódio sozinha. Tenho medo de ele responder "eita, eu já assisti" e assim ver minha esperança disso se tornar um relacionamento desmoronar.

Mas gente?

A gente se fala todo dia, dorme junto todo fim de semana e domingo passado perdemos algumas horas pesquisando museus de cera toscos pelo mundo.

Isso já é um relacionamento.

Só não tem nome.

Mas quem disse que precisa ter?






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